RESPEITE A ORIGEM DOS ALIMENTOS

Desde o início de nossa existência que gostamos de diversificar nos alimentos que comemos, cozinhando-os de maneiras diferentes, aplicando criatividade e novas experiências à maneira como os preparamos.

Conhecer e respeitar a origem de cada ingrediente que ingerimos – ou, como alguns gostam de chamar: a biografia de cada alimento – permite-nos fazer escolhas conscientes e não deixar nas mãos de terceiros a nossa saúde e bem-estar.

Aqui estão algumas questões que gostaríamos de ver respondidas sobre os ingredientes que adquirimos e depois ingerimos: 

  • É um alimento vivo cheio de nutrientes dos quais podemos tirar benefícios?
  • É um alimento orgâncio (cultivado em condições adequadas sem ter sido exposto a pesticidas, hormonas ou outros produtos químicos prejudiciais à vida)?
  • Contribui para a regeneração do solo e de futuras culturas?
  • Foi cultivado respeitando uma gestão sustentável do recurso água?
  • Tem uma etiqueta que inclua essas informações – legível e clara, para que todos possam entender?

Fatos e números relevantes:
Sabia que Portugal é o país no mundo que mais produz e consome o superalimento Alfarroba? Sabe a chocolate, é praticamente isento de gordura, não tem glúten, é antioxidante e tem elevado nível de fibra. A Alfarroba é boa para o coração, para o sistema nervoso e melhora o funcionamento dos músculos. Cresce e faz parte da cultura alimentar em Portugal desde o tempo dos Mouros.


COMIDA COMO CURA

Joana viveu a sua adolescência sem uma borbulha na pele. Repentinamente, aos 23 anos, todo o seu corpo e rosto aparecerem cobertos de manchas e borbulhas. Consultou 3 dermatologistas diferentes, fez todos os testes que lhe receitaram, recorreu a diversos medicamentos mas nada parecia ajudar.

Um dia, quando perguntou ao terceiro dermatologista “Existe alguma explicação para o que me está a acontecer?”, o médico respondeu “É a vida, querida… Algumas pessoas têm problemas de pele, outras não. Algumas têm problemas mais tarde na vida, outras mais cedo. Uns têm sintomas mais graves, outros menos. Não sabemos mesmo porque é que isto acontece”.

Nesse momento, Joana decidiu tentar algo diferente: A medicina chinesa. O médico chinês disse-lhe: “O teu maior problema é que comes muito mal e o teu corpo já não aguenta mais”. Tens um baço preguiçoso que não te limpa o sangue de todas as coisas más que comes e é por isso que tens borbulhas.

“A sério? É isso?!”

Após apenas 1 mês de acupunctura, fitoterapia e uma mudança nos seus hábitos alimentares, Joana estava “sem borbulhas”. Ela percebeu então que há muitas pessoas que não sabem viver saudavelmente, que não têm acesso a alimentos saudáveis e que não sabem a quem pedir conselhos.

Estes conhecimentos motivaram Joana a desenvolver e lançar The Therapist em 2017 (7 anos depois) com a sua primeira localização no LxFactory – Lisboa.

PLANTAR ÁGUA

Ernst Götsch, Suíço, estudou e trabalhou, em diversos países, focando-se na área do aperfeiçoamento genético. Nos anos 80 decidiu ir viver para o Brasil e tornou-se agricultor e investigador de métodos de cultivo inovadores.

Comprou uma parcela de terreno barato, e deu-lhe um nome assustador: Fazenda da Terra Seca. Uma área de 500 hectares que foi desflorestada com o objetivo de cultivar mandioca de forma intensiva e de produção de porcos e que foi depois, abandonada devido à escassez de água.

Na Fazenda daTerra Seca Götsch começou a experimentar várias técnicas que resultaram no desenvolvimento de um novo processo de cultivo designado agricultura sintrópica, ou agroflorestal de sucessão. Esta nova técnica demonstrou alta produtividade para uma grande variedade de espécies de plantas, especialmente cacau e banana.

Atualmente. Gotsch é responsável pela produção de um dos melhores cacaus do mundo.Ele é assim capaz de alimentar toda a sua família e tirar rendimento da terra.

Gotsch também reflorestou 410 hectares da sua terra, permitindo que a Mata Atlântica ressurgisse na área, recuperando biodiversidade ao nível da flora e fauna que as caracterizam. Desde então ressurgiram 14 nascentes de água no local, o que motivou Gotsch aalterar o nome para “Fazenda dos Olhos d’Água”.


A TERRA E A PAZ

Há uns anos trás recebi uma mensagem de correio eletrónico de um professor universitário indiano com a seguinte questão: “Acredita que a violência urbana tem origem na degradação do solo? Gostava muito de conhecer a sua opinião”.

Pergunta estranha – pensei –, estes indianos meditam demais e chegam depois a conclusões bizarras.

No entanto a pergunta não me saia da cabeça: o solo degradado está doente, e solo doente somente pode criar plantas deficientes, ou seja, doentes. E plantas doentes tornam-se produtos de um valor biológico muito baixo, por isso são atacados por tantas pragas e doenças, necessitando de aplicação de muitos corretivos. 

Na exploração de vinhas nas margens do Rio São Francisco, é habitual serem feitas 120 pulverizações de pesticidas verificando-se em algumas delas um quantitativo de 140 pulverizações; aplicadas frequentemente uma ou duas vezes ao dia. As plantas doentes apenas fornecem alimentos incompletos e os homens que as consomem também são doentes, não só fisica como psicológicamente. Estas pessoas frequentemente caem em depressão, ou em situações extremas tornam-se violentas. Resumindo a história, a presença de elementos estranhos e instáveis para o nosso organismo podem influenciar severamente a nossa personalidade.

To cut a very long story short, the fact is that incorrect and unstable balances of relevant elements in your body can severely influence your behaviour. Therefore, the answer to the Indian professor’s question I now know is simple and clear:   “Yes, it is possible that urban violence has its roots in soil decay”.

The question I would like to pose to all of you: “How may you contribute to ensure urban soil is regenerated and therefore contribute to reducing urban violence?”

VISITA A UM JARDIM MEDITERRÂNEO DE HONRA

Chegando a Marraquexe, o meu coração bateu forte, a sorrir, como acontece quando se vê um ente querido há muito perdido. Sou apaixonado por Marrocos. Tem a sua própria singularidade, diferente de qualquer outro lugar onde eu alguma vez estive. As paredes de adobe rosa adornadas de roseiras e rodeadas de laranjeiras transmitem-nos uma mensagem de boas vindas sentida por qualquer forasteiro.

A antiga medina misturada com um estilo bo chic dá-me uma genuína sensação de hospitalidade e calor, relaxando-me instantaneamente. O apelo à oração cinco vezes ao dia chama a atenção para um outro mundo que na primavera se funde no ar juntamente com o cheiro de jasmim e flores de laranjeira.

A nossa viagem começa na Jnane Tamsna, umas das mais bonitas casas de hóspedes do palmar de Marraquexe. Sentirmo-nos em casa não demora muito tempo, pois o lugar não só é agradável aos olhos, como também ao espírito. O estilo acolhedor de Meryanne Loum Martin cria uma atmosfera agradável que nos dá tranquilidade à estética da alma. Desfrutar da paisagem dos jardins etnobotonistas de Gary Martin plenos de oliveiras, laranjeiras, limoeiros, suculentas, ervas aromáticas, legumes, raízes, espargos, alcachofra, erva príncipe e frutos de outrora esquecidos é outro dos motivos da nossa visita. Um jardim de honra. Sentados para almoçar no meio deste paraíso, são-nos servidos pratos aromáticos que parecem brincar ainda mais com os nossos sentidos: pratos tradicionais simples e requintados como a tagine de borrego e figo, os couscous de cevada com sete legumes, a pastilla, e as peras kefta e ras al hanout puxam-nos à tradição do local, de nos alimentarmos com as nossas mãos, e desta forma consigamos tirar partido dos sabores genuínos que estas maravilhas nos proporcionam. O sol aquece e com o copo de vinho na mão, somos transportados para um passado longínquo. Estamos longe e esse é o propósito. Descobrir uma terra nova e reunir alguns conhecimentos tangíveis para guardar no regresso a casa. Um local que não só oferece gostos requintados em todos os sentidos, mas também uma cultura que tem a sua raiz no coração dos berberes indígenas.

(If you wish to find out more about Mediterranean food culture, visit Peggy Markel‘s website.)